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Moonlight e a história que valeu o Oscar

Quando pensamos em Miami, as imagens de uma cidade com praias belíssimas, um lugar para compras, uma cidade conhecida por seus esportes, seja pelo basquete ou futebol americano; uma cidade a poucos quilômetros do Caribe e que carrega várias influências sociais e culturais daquela região – a proximidade, sobretudo com Cuba e Bahamas – esta, que por si só abriga enormes eventos esportivos, como partidas comemorativas de futebol americano e um dos maiores torneios de outros esportes, como o poker – faz com que o intercâmbio sócio-cultural do sul da Flórida seja rico e intenso. 

O vencedor do Oscar de Melhor Filme, Moonlight: Sob a Luz do Luar, entretanto, mostra uma realidade bastante diferente da descrita. O filme, dirigido por Barry Jenkins, mostra a história da vida de Chiron em três etapas da sua vida, lidando com o preconceito por ser homossexual dentro do próprio bairro. Além disso, o protagonista precisa lidar com a mãe viciada em crack, trazendo em pouco menos de duas horas de duração questões sociais de enorme relevância. 

Mais do que a história das barreiras que Chiron enfrenta durante o filme, a estética empregada por Barry Jenkins na direção permite que o público mergulhe nos conflitos do protagonista em cada etapa da sua vida. Acompanhamos Chiron criança, adolescente e adulto, e cada uma dessas fases com suas particularidades e problemáticas. O filme conta com planos bastante introspectivos nas três partes, aliada a uma direção de arte que evoca a reflexão daquele momento específico da protagonista.  Assim, o filme possui um timing que alguns podem considerar até lento, embora seja uma das ferramentas empregadas pela produção para que compreendamos com mais profundidade cada um dos momentos e conflitos internos que o protagonista vive naquela parte pobre de Miami. 


Méritos gigantescos, ainda, para os atores que encarnaram os personagens no filme. Os atores escalados para fazer ChironAlex HibbertAshton Sanders e Trevante Rhodes, captam em cada parte do filme a essência do conflito do personagem. Em momento algum perdemos a essência de quem é a personagem, qual sua natureza e quais são seus conflitos, o que seria extremamente fácil por temos três atores interpretando o mesmo Chiron. Alex, Ashton e Trevante trazem com muito êxito as nuances das situações que Chiron precisa enfrentar no seu crescimento.  Temos também a atuação de Mahershala Ali, que com muita justiça venceu o Oscar de Melhor Ator Coadjuvante, sendo mais um elemento que adiciona às várias camadas de profundidade do longa-metragem. 

O diretor, em seus discursos de aceitação de prêmios, trouxe à tona a questão de representatividade. Para os que não se sentem de alguma forma parte da sociedade, eles estão ali para ser a voz deles, disse o diretor. Moonlight é uma obra que reflete justamente esse desejo do diretor, um filme que mostra por meio da dificuldade de aceitação social do protagonista, traz ao prêmio de maior prestígio do meio, um tema que é caro e valioso para os que sofrem diariamente com ele. Portanto, Moonlight: Sob a Luz do Luar é mais que um filme que se encerra em si mesmo; é uma mensagem valiosíssima para uma sociedade ainda muito intolerante em todos os seus círculos, mostrando um personagem que sofreu para que nós, fora da dramaturgia, não soframos mais. 

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