O pouco (quase nada na verdade…) que podemos extrair de positivo do filme Esquadrão Suicida é sem dúvida alguma a presença da personagem Arlequina, muito bem interpretada pela atriz Margot Robbie que se destaca no filme, rouba a cena e entrega uma atuação satisfatória.
E eis que em 2020 somos agraciados (ou não!) com um filme totalmente dela, Aves de Rapina: Arlequina e sua Emancipação Fantabulosa (só eu acho que a Fanta perdeu a oportunidade de fazer um baita marketing em cima do filme?!).
Digo “totalmente dela”, porque as demais “emancipadas”, Canário Negro (Jurnee Smollet-Bell), Caçadora (Mary Elizabeth Winstead), Renee Montoya (Rosie Perez) e Cassandra Cain (Ella Jay Basco) praticamente entram como coadjuvantes de luxo, claro, cada uma tem seu devido tempo de tela mas limitado (meramente uma desculpa para inflar, dar volume e certo estofo ao filme), o restante é mostrar as peripécias e o ponto de vista da personagem Arlequina que está sofrendo pela falta de seu Mr. “C”.
Margot Robbie é talentosa, esforçada e consolida sua personagem, está à vontade, exala carisma, e é sem duvida o ponto alto do filme.
Ewan McGregor como o vilão Máscara Negra, está super afetado, caricato, ainda sim, causa tensão e euforia na mesma fluidez em tela.
Jurnee Smollet-Bell como Canário Negro e Mary Elizabeth Winstead como Caçadora estão muito bem e se destacam um pouquinho mais, Rosie Perez como Renee Montaya, achei fora de tom e não me agradou e Ella Jay Basco como Cassandra Cain foi uma péssima escolha.
Cathy Yan dirige um primeiro ato desnecessariamente extenso e chega a cansar, a narrativa é problemática, abusa de flashbacks e voice-over. As sequencias de ação até que são bem elaboradas (vale lembrar que o filme passou por refilmagens com ajuda do diretor Chad Stahelski da trilogia John Wick), destaque para sequencia da delegacia (a melhor do filme).
O filme é uma tremenda bagunça, emula o filme Deadpool diversas vezes (a maioria em vão), parece um episódio das séries da CW, mas com um teor alto de sangue e violência, cartunesco, não se leva a sério em nenhum momento, o que de certo modo, pode ser um ponto positivo (depende do ponto de vista…)
Não tem conexão nenhuma com Esquadrão Suicida (ou os demais filmes da DC), mas vire e mexe tem algumas pequenas referências ao filme e o universo bem sutilmente incorporadas, rendendo bons momentos…
Aves de Rapina: Arlequina e sua Emancipação Fantabulosa, exagera, tenta ousar de certa maneira, é um filme colorido, cheio de luzes, menos sexista, tem a força de sua protagonista, mas é um filme episódico, esquecível, caótico como a mente de sua personagem e que deve apenas agradar aos fãs da mesma.
Nota: 5/10