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  • Foto do escritorDennis Souza

E o Por que Quentin Tarantino é o Melhor Cineasta Vivo?

Quentin Tarantino foto de divulgação


As pessoas me perguntam se eu fiz faculdade de cinema“, diz ele. “E eu digo: ‘Não, o que eu fiz foi assistir a filmes’.”

            É de conhecimento geral dos cinéfilos de plantão que Quentin Tarantino está atualmente – e permanecerá – firme no meio da categoria de “Os melhores diretores já existentes”; e para saber disso não necessita esforços, basta assistir Cães de Aluguel¹.

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¹:Primeira cena em que almoça no Johnnie’s – o restaurante que serviu de locação em Cães de Aluguel – está sentado na mesa, junto dos atores, o escritor Edward Bunker, autor de Cão come cão.


            Quentin Tarantino – nascido em 1963 – iniciou sua carreira fazendo pontas em diversos filmes e também fazendo um curso de direção que o fez se aproximar do mundo-mídia e atuar em séries televisivas e escrever seus primeiros roteiros que mais tarde se tornariam grandes sucessos (nas mãos de outros diretores).

            Quando tinha 15 anos, foi preso por roubar um romance de Elmore Leonard – a ironia parece perseguir Tarantino, por que em 1997 realizou “Jackie Brown”, inspirado num livro de Elmore Leonard.

            Sua estreia numa produção independente em 1992 – Cães de Aluguel, já citada – deu inicio à marca registrada de seus trabalhos: a linguagem direta e crua do submundo, sempre misturando doses de humor e violência.

            O primeiro esboço do roteiro de Pulp Fiction trazia 500 páginas. Para Tarantino: se vai ser feito, tem que merecer ser feito. “Gostei de fazer Pulp Fiction ainda mais do que Cães de Aluguel, porque desta vez sabia o que estava fazendo“, admite.

            Quentin odiava a escola e havia encontrado seu refúgio nos filmes. “Basicamente, passei minha vida no cinema. Cresci entre os cinemas pulgueiros e os que exibiam filmes de arte, e amava os dois igualmente”, ele afirma. “De certa forma, isso define minha estética. Quero dizer, não é como se eu fosse um desses diretores cabeça querendo me exibir. Acho que os estúdios têm medo de uma coisa: que alguém faça um filme chato. Meu material pode não ser óbvio, mas também não é nada esotérico. Eu jamais escreveria um roteiro sobre pastores de ovelha contemplando Deus e a vida.”

            Daí que o inicio do pensamento a partir dos conceitos cinematográficos surge: o que espero de um filme?

            “Quero que um filme me dê algo para pensar”; eu diria.

            O grande Q acerta aonde a maioria peca.

            Quentin como roteirista é um ótimo escritor, justamente por que consegue articular o filme todo como um conto de poucas páginas e se organiza como um todo duma forma que não peca e nem deixa sobrar falas e cenas.

            Está aqui outra coisa que é evidente no cinema em geral: há uma necessidade de se explicar, isso é subjugar a inteligência do expectador. Deveriam deixar que nós – cultuadores da sétima arte –  quebraçemos a cabeça com as metáforas poéticas.

            Os roteiros mastigados são a falência do resquício de literatura que perdura no cinema.

            Por isso Tarantino é tão bom. Seus personagens jamais se explicam.

            É uma questão de se posicionar no lugar do “fã” para identificar o que você quer para sua obra. Provavelmente alguém com afinidades com você. Você detestaria ler um poema onde um poeta quisesse se explicar. “Nunca esquento a cabeça quando vejo as pessoas saindo no meio do filme”, confessa Tarantino num entrevista. “É só um sinal de que a cena funcionou.

            Nietzsche escreveu – no Humano, Demasiado Humano; no Crepúsculo dos Ídolos e até no Ecce Homo – “Um escritor que entendeu seu ofício, não faz nada pelo leitor. Mais um século de leitores e acabaremos com a literatura“.

            Entende por que Tarantino não quer um telespectador e sim um parceiro que entre na pira junto? Usando muitas vezes o filme, não mais como uma obra para ser contemplada e discutida, mas para ser vivida.

            Daí que Quentin nos joga baldes e mais baldes cheios de ideias e de coisas para serem pensados, a partir – claro – duma realidade bruta.

            Tarantino, que recebeu agradecimentos de Kurt Cobain no encarte do disco “In Utero”, se tornou um grande ícone cinematográfico desta geração. Mas sua mãe diz que o sucesso ainda não o estragou: “Não vi nenhuma mudança em Quentin. Ele só continua tão autoconfiante quanto sempre foi“.

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