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  • Foto do escritorDennis Souza

Crítica | Todo Dia

Você seria capaz de se apaixonar por uma pessoa se não conhecesse seu rosto ou seu corpo? Você conseguiria separar a mente do corpo físico e de todas as pressões que a sociedade nos impõe? Em Todo Dia, vamos conhecer um romance diferente de tudo que já vimos e, a gente avisa, não esperem um final feliz.

Todo Dia conta a história de A, uma entidade que muda de corpo todos os dias. Apesar disso, A tem sua própria personalidade, suas vontades próprias e uma alma própria. A apenas precisa de um corpo emprestado todos os dias, e nunca o mesmo corpo.

A verdade é que essa entidade tentou passar sua vida sem interferir na vida dos outros, até perceber que isso a impedia de ter uma vida para si próprio. E até que conhece Rhiannon (Angourie Rice), a primeira pessoa que faz A ter vontade de ter o mesmo corpo todos os dias.

A história de amor de A e Rhiannon tem altos e baixos e muitos corpos diferentes, que nos ajudam a explorar um conceito muito diferente de amor. O amor apenas pela mente da pessoa, com um desprendimento total de como ela é fisicamente. Em Todo Dia, vamos explorar exatamente essas pressões estéticas do que é feio e do que é bonito, além de questões de sexualidade e aceitação própria.

Todo Dia é baseado no livro Young Adult de mesmo nome do David Levithan, um autor muito conhecido por escrever livros com temática LGBT para um público mais jovem. No filme, vemos a narrativa de David ser transformada e trazida para as telas, sem perder o romance e a delicadeza da história que está sendo contada.

Apesar de ser um filme adolescente, com uma temática complexa, mas que acaba sendo simplificada exatamente por conta de seu público alvo, através da história, Todo Dia consegue explorar alguns tabus e questionamentos que afetam principalmente os jovens hoje em dia, e, no final, tem uma mensagem muito interessante.

Porém, algumas das discussões mais interessantes e relevantes acabam perdendo força no longa, como toda a questão religiosa que é explorada por Nathan (Lucas Jade Zumann) e que, no livro, tem um peso muito maior por estar diretamente conectada ao abuso sexual.

Outra mudança é a suavizada nas relações LGBT retratadas no filme. A própria Rhiannon pensa bastante sobre isso no livro, e essa temática acaba sendo trabalhada de forma bem superficial.

De uma forma geral, Todo Dia é uma boa adaptação de um livro adolescente que foge de clichês e, como tal, o filme conta uma história diferente e divertida, mas que não deixa de ser um romance adolescente.

O filme poderia ter um comprometimento maior com temáticas mais profundas e realmente tentar criar um diálogo com seu público, mas com um final que não se encaixa no “Viveram Felizes Para Sempre” dos contos de fada, ele passa uma mensagem necessária e muito interessante para seu público.


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