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  • Foto do escritorDennis Souza

Crítica | Projeto Flórida

Apesar de não ter ficado entre os nove filmes indicados para Melhor Filme no Oscar de 2018, Projeto Flórida é, com certeza, um dos que mais merecia esse reconhecimento. Dirigido por Sean Baker e recebendo indicações de Melhor Ator Coadjuvante para William Dafoe, é um daqueles filmes que você vai sair impactado e talvez até demore para absorver a mensagem que ele tem para te passar, mas que com certeza vai ficar na sua memória por um bom tempo.

Seguindo a vida da mãe solteira Halley e sua filha Moone, as duas vivem em uma situação bastante precária, morando em um hotel na Flórida, que é gerenciado por Bobby (William Dafoe). Apesar de não parecer contar uma história tão diferente quantas diversas outras que já vimos no cinema sobre pobreza e dificuldades, Projeto Flórida se destaca por outros fatores.

Com uma fotografia impecável e que muitas vezes tira o fôlego do espectador, o filme se propõe a mostrar o lado mais feio e terrível de uma das cidades mais glamourizadas de todo o mundo: Orlando. Conhecida pelos milhares de parques de diversão, incluindo o famoso Disney World, estamos acostumados a ver o luxo e a ostentação de todos que vão para lá, se hospedando nos grandes hotéis de luxo, gastando milhares de dólares nos outlets e visitando os parques onde alegria e diversão são lei. E o Projeto Flórida não tem medo de mostrar que não é só isso que existe por lá.

Os takes abertos de cenários típicos de Orlando, como lojas de presentes da Disney, lojas de 1 dólar, restaurantes amados pelos turistas e hotéis de luxo, contrastado pelas três crianças pobres, que andam milhas e milhas para conseguir um sorvete para dividir entre os três é um verdadeiro soco no estômago.

O filme tem ar de documentário de tão cruas que são suas imagens, de tão grande que é o contraste mostrado e de tão verdadeiro que tudo aquilo é. Somos condicionados a amar e desejar o famoso American Way Of Life sem nunca pensar que aquilo é tão irreal quanto as outras milhões de coisas que vemos na tv, quanto os esteriótipos absurdos que o Brasil recebe no cinema, especialmente no americano. E se tem outra coisa que Projeto Flórida acerta é a presença dos brasileiros no filme. “Brazilians love Disney”, é que eles dizem e é o que resume.

Mas o grande destaque do filme vai para a brilhante Brooklynn Prince, do começo ao fim sua presença rouba a cena, desde quando ela está sendo apenas uma criança extremamente inconveniente até sua cena final, onde ela explica, afinal, a que veio. Brooklynn entrega uma atuação de deixar você embasbacado quando percebe que ela não está apenas sendo uma criança, ela está atuando para que você acredite naquela personagem chata e irritante.

Infelizmente a história em si fica em segundo plano com tudo isso que acontece, e demora bastante para se desenrolar para a audiência, basicamente só acontecendo quando chegamos ao terceiro ato do filme, mas isso não tira sua qualidade e muito menos a crítica incrível que ele é capaz de fazer com os elementos mais simples.

O Projeto Flórida é um filme impactante, que vai precisar ser digerido por um tempo depois de sair do cinema. Ele estréia no dia Primeiro de Março de 2018.


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