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  • Foto do escritorDennis Souza

Crítica | Lady Bird: É Hora de Voar

Depois de gerar um boca a boca enorme nos festivais internacionais, ser indicado a 5 Oscars incluindo Melhor Filme, Melhor Atriz e Melhor Direção e ter recebido notas altíssimas em sites como Rotten Tomatoes e MetaCritic é possível dizer que Lady Bird: É Hora de Voar criou expectativas altíssimas para o que prometia ser um dos melhores filmes da temporada de premiações desse ano. E exatamente por isso, Lady Bird decepciona.

Diferente do que se imagina, Lady Bird não quer ser nada daquilo que foi taxado pelo público e pela crítica até então. Assistir Lady Bird é como ver uma pequena parcela da vida de uma personagem. A gente não é apresentado para as coisas que a levaram até aquele momento assim como nunca saberemos o que acontece com ela no minuto em que o filme acaba.

A parte que precisamos deixar clara é que tudo bem se o filme não tem pretensões muito profundas nem procura passar uma grande mensagem ou contar uma história surpreendente. Dentro do que ele se propõe, Lady Bird entrega de forma delicada e divertida uma história sobre a época mais difícil de nossas vidas: O final da adolescência e começo da vida adulta.

Esse provavelmente é o seu maior mérito como obra audiovisual: Todos os seus espectadores vão ser capazes de se identificar em algum grau com aquela história que está sendo contada. Lady Bird tem dificuldade de se encontrar e de entender sua personalidade, ela não é popular e anseia para entender o que é esse sentimento, ela quer agir como se realmente não se importasse com certas coisas, mas no fundo acaba se importando.

Onde essa falta de pretensão do filme começa a incomodar é na relação entre mãe e filha que é retratada ali. Apesar de com certeza ser relacionável para qualquer um que já teve uma relação de amor e ódio com a sua mãe, essa parte da história que é uma das mais interessantes e mais verdadeiras, acaba sendo deixada de lado por grande parte do filme. Os momentos de interação entre as duas são sempre intensos e cheios de citações ótimas dos dois lados, mas que parecem não acontecer o suficiente durante o filme.

Apesar de estarmos interessados em todas as crises que a jovem passa, um dos traços mais fortes era sim a relação dela com sua família, especialmente com a mãe, e como aquilo é mesmo uma relação completamente instável e necessária para o crescimento das duas partes envolvidas, e quando isso é deixado de lado durante muitas partes do filme, ele acaba caindo dentro de muitos clichês e próximo de muitos outros filmes sobre adolescência e vida adulta que já vimos por aí. E dentro dessa comparação, Lady Bird realmente não surpreende.

Nos quesitos técnicos, desde a atuação de Saoirse Ronan e Laurie Metcalf até a direção da estreante Greta Gerwig é tudo impecável. O filme é gostoso de ver, tem um bom ritmo e as duas atrizes separadas já são geniais, mas quando juntas, é impossível não ser transportado para dentro daquele momento. O humor do filme foge completamente do convencional de filmes americanos e pousa em um campo diferente, com um humor bastante feminino que reflete na importância de termos filmes dirigidos, escritos e protagonizados por mulheres.

A direção é frenética e combina com a história que está sendo contada mas, mesmo assim, quando o filme acaba, parecendo algo está faltando ali. E acho que esse é o sentimento que permanece depois da última cena bastante ousada de Lady Bird: É isso? Acabou?

Lady Bird: É Hora de Voar é sim um ótimo filme, mas talvez sua importância venha mais do barulho que um filme que gira o tempo todo em torno de mulheres fortes causou na indústria de Hollywood, especialmente com o cenário atual, do que de ser realmente um filme diferente ou surpreendente.

Com as expectativas controladas, é possível sentar e aproveitar esse fragmento de uma vida contada em 1h34 de filme com muitas risadas, momentos nostálgicos e muitas verdades sobre nós mesmos.


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