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  • Foto do escritorDennis Souza

Crítica | Corra! (Get Out)

Nos últimos anos parece ter se tornado uma regra para os filmes de terror, de que para ser realmente assustador, eles precisam explorar o desconhecido. É fato que aquilo que não entendemos nos assusta bastante, mas o mercado ficou saturado de tudo aquilo que explora exorcismos, forças do mal, coisas sobrenaturais, os filmes que andam na linha tênue entre a verdade e a mentira, que exigem que o espectador se deixe levar pela história contada, exigem que se acredite naquela mitologia para que o medo possa se instaurar.

E isso não é uma crítica a filmes desse tipo, porque também nos últimos anos fomos testemunhas de tantos filmes assim que deram muito certo, que causam pesadelos e arrepios na espinha até hoje, do mesmo jeito que muitos deles acabaram virando alguma piada, e aceitos como tal. Mas o que entra em cheque aqui é que um dos melhores filmes de terror dos tempos atuais vai em busca não do sobrenatural e nem do impossível, mas do real, do verdadeiro, daquilo que poderia acontecer do lado da sua casa sem você saber.

Corra é um filme que explora as falhas do ser humano na atualidade e te faz temer pelo que os seus conhecidos podem estar fazendo. É um filme que joga uma luz sob o racismo velado da sociedade, sobre o poder de manipulação daquelas pessoas que parecem viver uma vida perfeita. Ele mostra o lado mais obscuro da sociedade, embalado em um terror psicológico que te deixa nervoso, mas que é ao mesmo tempo engraçado, com piadas totalmente fora de lugar, mas que funcionam perfeitamente dentro do filme.

Tudo começa com uma trilha sonora da pesada. Daquelas que deixa você surpreso porque ao mesmo tempo que encaixa perfeitamente no filme, ela foge da trilha típica de filmes de terror. Ela embala o filme em momentos de tensão quebrados por momentos de risos nervosos, de coisas engraçadas, mas que ao mesmo tempo dão medo, e logo em seguida retorna para te deixar ansioso com o suspense.

Um mistério central cerca o filme, e ele não é nem um pouco previsível, apesar da premissa quase simples: Uma família rica e branca jura que não é racista mas, ao mesmo tempo, mostra sinais claros de incômodo com a presença do namorado negro da filha. Mas o filme te leva além, e te engana pegando todos os clichês de filme de terror e te fazendo acreditar que vai ser aquilo, mas no final, ele caminha exatamente para o lado oposto.

E apesar de não ter contado absolutamente nada nessa crítica, a ideia é essa. Vá ao cinema, veja o filme e seja surpreendido pelo humor assustador, pelas críticas sociais, pelas reviravoltas que te deixam grudado na cadeira, pelas escolhas inteligentes dos personagens, pela quebra dos estereótipos. Pelo filme de terror que a gente esperou todos esses anos.


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