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  • Foto do escritorDennis Souza

Crítica | Aliados

Marion Cotillard e Brad Pitt dão vida a dois personagens carismáticos que são soldados infiltrados durante a Segunda Guerra Mundial, no ano de 1942. O romance de época apresenta Max e Marianne, ele canadense e ela francesa, que se conhecem durante uma missão contra o governo alemão e que toma lugar na França do início da guerra. Juntos, os dois iniciam uma relação com intimidade forçada, já que devem parecer marido e mulher, separados pela guerra há certo tempo, e a partir disso, acabam desenvolvendo um amor verdadeiro.

A primeira parte do filme se resume a uma exploração dos planos deles contra o governo alemão e, claro, o florescimento do relacionamento dos dois, de uma situação um pouco estranha e desconfortável para uma atração e até mesmo uma paixão desenvolvida pelo sucesso da missão e do surpreendente fato de os dois terem saídos vivos disso.

Apesar de interessante, essa primeira parte do filme mal apresenta um clímax interessante, que seja digno de deixar o espectador grudado na cadeira, até o momento final em que eles executam a missão, destroem o disfarce e fogem juntos em direção a salvação, acaba ficando quase sem suspense, pois, caso você tenha visto o trailer do filme, já sabe que o destino dos dois é casar e morar juntos em Londres depois dessa primeira fase.

Nenhum plot twist imprevisível nessa parte e antes que você se dê conta metade do filme já passou e a parte mais interessante ainda nem foi apresentada.

Depois de casados, Max e Marianne vivem uma vida feliz, com algumas cenas um pouco estranhas e exageradas, como o nascimento de sua filha, que acontece durante um bombardeio em um hospital. É claro que a ideia era criar um clima de tensão e não nos deixar esquecer que esse filme ainda se passa durante a Segunda Guerra Mundial, mas é quase nos momentos finais o filme em que o verdadeiro plot é apresentado: Os superiores de Max parecem acreditar que Marianne seria uma espiã e que ela está passando informações importantes para o outro lado.

Nesse momento do filme, Marion Cotillard põe na mesa toda sua capacidade de atuação e mostra aquela boa ambiguidade na personalidade, que nós tanto conhecemos em “A Origem”, onde ela faz uma personagem bastante parecida.

Particularmente para mim, esse era o momento em que eu mais estava esperando do filme. É claro que o romance de época, florescido em um momento quase impossível da história também faz parte de tudo isso, mas o interessante é realmente quando o personagem do Brad Pitt se vê confuso, enganado e cheio de vontade de provar que seus superiores estão errados, e que Marianne está mesmo do lado deles.

Algumas das melhores sequências de ação estão nessa parte, com muito destaque para quando Max pega um avião e vai para o meio da Zona de Guerra tentar conseguir informações sobre sua mulher, ou quem ela diz ser. E, claro, os jogos de esconder o que está acontecendo, de ficar observando suas atitudes e se perguntando se ela é ou não uma espiã.

E antes que tudo isso possa ficar realmente interessante o filme acaba. É claro que já foram aí duas horas de história, mas parece que são dois filmes completamente diferentes, com histórias diferentes, um é um romance entre espiões da segunda guerra e o outro fala sobre uma família e tudo que pode acontecer durante uma guerra. Inclusive, os personagens se tornam praticamente outros de um momento para o outro, os dois desapegados, incrédulos do amor e com desejos carnais dão lugar a pais de família que lutam para manter sua família unida.

Parece confuso, e realmente é. As ótimas atuações e a qualidade da produção infelizmente não compensam por essa bagunça de histórias, que acaba te deixando com um filme pela metade e com um final apelativo, que acaba te pegando pela emoção mais do que pela surpresa ou qualidade do plot. Aliados, por fim, tinha muito potencial, que acabou se perdendo entre duas ótimas histórias, mas que acabaram não se encaixando tão bem.

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