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  • Foto do escritorDennis Souza

Crítica | Ad Astra

Roy McBride (Brad Pitt) é filho de Clifford  McBride (Tommy Lee Jones), um astronauta desaparecido, tido como Herói Americano – Clifford partiu há mais de 30 anos a procura de vida inteligente em outros planetas e nunca retornou de sua missão. Querido entre todos, Roy é um Engenheiro espacial muito talentoso e bem sucedido, que abdica de sua vida diariamente para ter sempre os melhores resultados, cuja missão é fazer uma viagem até Saturno para neutralizar uma ameaça e evitar que uma catástrofe aconteça, o que ocasionaria o fim da raça humana.

Ad Astra tem tudo o que um bom filme de viagens ao espaço tem: Ótimos efeitos especiais que nos mostram com detalhes como seria uma expedição a lua, por exemplo, uma trilha sonora envolvente e uma linda fotografia, que ao mesmo tempo em que empolga, se torna sufocante ao utilizar planos fechados revelando algumas cenas apenas no reflexo do capacete de Roy, ou em suas visões subjetivas, que ao mostrar a visão do personagem principal conseguem nos envolver ainda mais nas cenas conflitantes. Porém, Ad Astra se propõe ser mais que isso. A direção cuidadosa de James Gray, somada a sensível interpretação de Brad Pitt são fundamentais para o resultado final deste filme.

Particularmente falando, nunca fui fã de filmes de viagens intergalácticas e acredito que se o diretor errar a mão na condução do filme, seu ritmo pode ser prejudicado, o que torna as coisas um tanto chatas, como em O Primeiro homem com Ryan Gosling. Mas o que me chama a atenção em Ad Astra é que a viagem ao Espaço não é o principal mote do filme, mas só um pano de fundo para que essa história seja contada. Roy poderia ser qualquer coisa. Ele poderia ser Cantor, Arquiteto ou Médico e não faria diferença, afinal o que o filme retrata, é sua busca por aceitação. Roy projeta todos seus valores na imagem do pai desaparecido e sua busca por perfeição e aceitação passa a ser sua maior prioridade, o que o faz deixar de lado todos os vínculos possíveis que o possam distrair e afastar de seu objetivo principal. Roy não tem filhos e nem esposa, não tem uma família que o espere ao final de cada missão e de suas experiências de quase morte, e seu único vínculo é com a imagem de seu pai, Herói consagrado, tido como morto há mais de 30 anos. A forma como Roy narra essa história nos permite compreender toda a fragilidade por trás daquela figura tão forte, gerando certa intimidade que nos compadece de sua SOLIDÃO.

No final das contas, Ad Astra é um filme que fala de comportamento humano, de como estamos vulneráveis a aprovação de outras pessoas e de como acabamos por deixar de lado nossos valores mais básicos em busca de uma falsa imagem de perfeição que não gera vínculos, ao contrário, os expele. Ad Astra traz a tela a história de superação de um ser que todos julgam “Perfeito”, mas que assim como qualquer um, tem seus demônios e só o que precisa é olhar para dentro ao invés de buscar fora, afinal as viagens para fora do planeta são uma representação de nossos momentos de fuga de nós mesmos… E que às vezes, aceitar o que realmente têm, pode ser sua chave de libertação.


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