Impossível ir ao cinema e não carregar consigo uma dúzia de Expectativas quando o assunto é o novo filme do Batman, dirigido por Matt Reeves (Diretor da trilogia de Planeta dos Macados, Cloverfield – O Monstro, Deixe-me entrar, dentre outros).
Acredito que a primeira (e talvez a maior) expectativa se dá pela polemica acerca da escolha do Ator Robert Pattinson para viver o papel do Protagonista – o ator de 35 anos ainda sofre com criticas a respeito de seu primeiro papel de destaque, na trilogia Crepusculo, mas quem conhece sua filmografia sabe que o rapaz já se provou há bastante tempo (veja Agua para Elefantes e The Rover) – e impossível não criar expectativas também sobre a própria direção de Matt Reeves, que vem entregando ótimos filmes, em especial a aclamada triologia de Planeta dos Macacos.
Considerando que esta já é a décima segunda aparição do Morcegão em um filme (se contarmos com os últimos filmes da LJA), com um histórico recheado de boas experiências (como o Batman de Tim Burton e a trilogia de Chris Nolan) e outras nem tanto (Batman e Robin), com certeza não é uma tarefa fácil criar algo novo e com personalidade. Tá certo que apesar das muitas versões anteriores, alguns fãs do personagem reclamam nunca ter visto um Batman a altura dos quadrinhos no cinema. Talvez não concorde comigo, mas devo dizer que por melhor que seja, a trilogia do Nolan (considerada por muitos a melhor versão do personagem no cinema), ela se distancia muito da essência do personagem nos quadrinhos por seu realismo excessivo e acaba entregando mais um filme de Ação/Policial.
Diferente das outras obras citadas, Matt Reeves consegue entregar um Batman tão realista quanto o do Nolan, porém, muito mais crível, que não usa e abusa de armas tecnológicas, mas que realmente ˜sai na porrada˜ para expurgar seus demônios. A versão mais violenta até agora, de um Batman muito atormentado! THE BATMAN é também o filme que melhor aborda o lado Detetive do Batman. E que acerto! Ponto para o roteiro (Matt Reeves, Mattson Tomlin, Peter Craig) que trouxe para a trama uma ótima versão do Charada (interpretado por Paul Dano) e amarrou muito bem todas as suas peças do Quebra-Cabeças até o Grande Climax, utilizando muito bem as 2h56m de filme. O filme é longo, sim, mas devido a ótima montagem (mais um ponto para o diretor), o ritmo do filme é tão intenso que embora angustiados, não vemos o tempo passar!
Tudo se encaixa perfeitamente aqui! O filme é conciso e se basta como obra em si mesmo, não tendo a necessidade de referenciar filmes anteriores. A forma como retratam a decadência de Gotham, de forma tão bem feita como em Coringa (2019), o jeito como a fotográfia de Greig Fraser favorece os atores em cena – principalmente o Pattison, que está ótimo – e os próprios atores que estão todos muito bem em seus devidos papeis.
Pattinson entrega uma versão totalmente diferente de todas as outras anteriores e particularmente, gosto muito de ver um Batman jovem que cai e se machuca também (em certos momentos me lembrou os filmes 007 de Daniel Craig).
Zoe Kravitz também cria uma Selina Kyle (Mulher-Gato) diferente, não deixando a sensualidade de lado, mas que está muito além disso. Essa é uma Selina de muitas camadas, que assim como o Batman, tem seus traumas, conflitos e anseia por vingança, mas que acaba sendo justamente o seu contraponto, já que Bruce desconhece a realidade das ruas tal qual ela conhece.
Enfim, motivos não faltam para ver BATMAN no cinema. Com certeza a mescla dos muitos sentimentos está garantida pois o conflito está presente do início ao fim. Fiquei muito feliz e devo dizer que como fã do Batman desde sempre, este foi exatamente o filme que eu queria ver.
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