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  • Foto do escritorDennis Souza

30 Anos De Watchmen e o Cavaleiro Das Trevas


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Muita gente não percebeu, mas as duas maiores HQs da história completaram 30 anos em 2016. O Cavaleiro das Trevas de Frank Miller foi publicado em fevereiro de 1986 e o também clássico Watchmen de Alan Moore foi lançado em setembro de 1986.

Em uma breve análise comparativa, eu vejo muitas coisas em comum, entre essas duas obras, que vão muito além do ano mesmo ano em que foram lançadas. Ambas as HQs tratavam da assuntos como:


  1. A política interna e externa dos EUA;

  2. O medo da deflagração de uma Terceira Guerra Mundial (nuclear);

  3. Direitos civis e políticos da população norte-americana;

  4. Capitalismo e comunismo (Guerra Fria);

  5. Conservadorismo e Liberalismo (representados por Batman e Superman)

  6. A autotutela (justiça com as próprias mãos);

  7. A Falência das instituições;


Em ambas as HQs há uma Lei Federal que proíbe a atividade de vigilantes, dividindo os heróis em lados opostos: Um servindo ao Governo (Superman e Dr. Manhattan), outros se tornando fora da lei (Batman e Rorschach);


Em ambas há “super-homens” – Superman e Dr. Manhattan – que mesmo sendo seres poderosos, quase “divinos”, nao conseguiram fazer do mundo um lugar melhor.


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Temas tão complexos, polêmicos e controversos, que muitos à época, os achariam inadequados para a mídia em que seriam abordados. Mas, corajosamente Frank Miller e Alan Moore fizeram a coisa acontecer, tornando-se cada uma das obras, um verdadeiro fenômeno editorial, sucesso de vendas aclamado pela crítica, que transcenderam a mídia em que foram produzidas, inspirando a literatura, cinema e séries. Watchmen foi adaptada para o cinema nem belíssimo filme dirigido por Zack Snyder, em 2009. O Cavaleiro das Trevas ainda não foi adaptado para o cinema, mas influenciou todos os filmes do Batman, desde o primeiro, dirigido por Tim Burton – o clássico de 1989 – até a mais recente produção Batman v Superman A Origem da Justiça.

Ambas as HQs representam o fim da “inocência” do gênero e a emancipação definitiva dos quadrinhos, os quais nunca mais seriam vistos como “coisa de criança”. Com Frank Miller e Alan Moore os quadrinhos de super-heróis se tornaram “adultos”, colocando-se em pé de igualdade em relação as outras mídias.

A publicação de O Cavaleiro das Trevas e Watchmen influenciou milhares de artistas ao longo do tempo, abrindo as portas para o surgimento de outras obras – também inovadoras – que deram prosseguimento a revolução artística no mundo das histórias em quadrinhos, e nós, brasileiros, também fomos alcançados, recebendo essa influência.


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Vemos que apesar dos “pais” serem muito diferentes, os “filhos” são bem parecidos e cada qual a seu modo, contribuiu elegantemente para uma verdadeira revolução artística e cultural no século XX, que está ecoando até hoje, em pleno século XXI.

Fenômeno editorial, a DC continua até hoje, explorando o sucesso desses dois marcos da indústria dos quadrinhos: o Cavaleiro das Trevas teve uma continuação em 2001; recentemente a DC publicou o Cavaleiro das Trevas parte 3. Watchmen teve um “prelúdio” batizado de Antes de Watchmen, publicado em 2012 e, recentemente, a DC anunciou a participação de Watchmen em seu universo tradicional de heróis.

Talvez você leitor, não concorde que elas sejam as melhores HQs publicadas até hoje, mas o contexto histórico e social em que foram publicadas, e o impacto que causaram na indústria, fizeram-nas as mais importantes da história, por gozarem de uma forma de narrativa extremamente sofisticada para o gênero, mostrando que os quadrinhos possuíam um potencial artístico muito maior do que até então se imaginava. Por isso, ambas as obras eternizaram seus autores.



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O Cavaleiro das Trevas e Watchmen são definitivamente atemporais, pois, 30 anos se passaram e as duas obras não ficaram datadas, pelo contrário: são tão atuais quanto em 1986, pois o contexto político e social daquele período é semelhante ao que vivemos hoje. A história se repete e as duas obras continuam caminhando juntas, tanto tempo depois de serem publicadas, proporcionando praticamente, a mesma experiência aos seus leitores.

Se você é um amante da 7º arte, deve gostar das duas ou ao menos uma dessas histórias, mas considero impossível um verdadeiro fã de quadrinhos não gostar de nenhuma delas.



Infelizmente, a grande mídia especializada ignorou este acontecimento histórico e não relacionou o aniversário das duas obras primas que revolucionaram as histórias em quadrinhos.

Mas não poderia deixar de parabenizar e homenagear as duas HQs que mudaram para sempre o gênero de super-heróis.

O mundo do entretenimento, definitivamente, não seria o mesmo sem a contribuição desses visionários que  elevaram os quadrinhos ao status de obra de arte.



Parabéns Frank Miller! Parabéns Alan Moore!

Texto de autoria de Jamy Milano.

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