Dennis Souza

16 de nov de 20163 min

CRÍTICA | Rainha de Katwe

Rainha de Katwe é um filme da Disney diferente de tudo aquilo que estamos acostumados a ver do estúdio e talvez, exatamente por isso, ele seja tão incrível! O filme é baseado na história real de Phiona Mutesi, uma garota da Uganda que descobriu uma verdadeira aptidão para jogar Xadrez.

Phiona cresceu numa parte extremamente pobre do país, e sua mãe, interpretada pela maravilhosa Lupita Nyong’o, não tinha condições de enviar nenhum de seus filhos a escola. Mesmo com a situação precária, Phiona acaba conhecendo Katende, que faz parte dos missionários, um grupo que ensina esportes para essas crianças sem condição, e é por conta dele que ela é apresentada ao Xadrez.

Apesar de nunca ter jogado, Phiona demonstra uma habilidade natural para entender as lógicas e estratégias do Xadrez, e é a partir disso que a história do filme se desenrola, misturando as dificuldades da garota tanto em relação ao jogo quanto a sua vida com sua família.

Todos os personagens apresentados tem seus próprios desafios pessoais para superar, e isso talvez seja a melhor parte do filme, pois nos possibilita entender como um esporte, dentro de uma comunidade pobre, pode mudar muito mais vidas do que imaginamos. O filme nos ajuda a colocar em perspectiva uma vida que talvez, muitos de nós, nem imaginam que existe, e só por isso, ele merece ser visto.

É incrível assistir toda a evolução da jovem Phiona, que se tornou a garota mais nova a levar seu país para as Olímpiadas de Xadrez, com apenas 14 anos. Mas mais incrível ainda é ver o impacto que essas mudanças tem em sua mãe. Lupita está impecável no papel, como sempre, e nos faz dar mais valor ainda por todo o esforço que as mães solteiras fazem por seus filhos, querendo sempre o melhor para eles. Se no começo a personagem não entende a importância do Xadrez, no final somos surpreendidos pela torcida emocionante dela em prol de sua filha. As conquistas de uma com certeza se tornam as conquistas da outra.

Outro personagem interessantíssimo é o treinador, Katende. Robert faz parte dos missionários enquanto aguarda um emprego melhor, na sua área de formação. Com o passar do filme, fica claro que ele não poderia fazer nada diferente de ajudar crianças necessitadas através dos missionários, Robert nasceu para mudar a vida de muitas crianças através dos esportes, e é isso que ele faz.

Por fim, a própria Phiona é um grande exemplo de superação e evolução, uma menina que cresceu sem nenhuma oportunidade, conseguiu trilhar seu caminho e mudar, não só sua própria história, mas a de muitas outras crianças que viriam depois dela. Além de trazer muita alegria ao seu país e sua comunidade através do Xadrez e suas inúmeras medalhas e troféus, Phiona joga uma luz a grande desigualdade social que ainda é extremamente real nos países mais pobres, nos fazendo pensar muito sobre nosso próprio papel dentro da sociedade.

O filme fecha um círculo perfeito, e é daqueles que não só mostra como pequenas coisas podem mudar vidas de uma forma incrível, mas também traz empoderamento feminino dentro dos esportes e na vida real. Rainha de Katwe é uma história linda e incrível, que nos faz acreditar um pouco mais na humanidade e na melhoria do mundo daqui pra frente, mesmo que seja a passos lentos.

O filme chega aos cinemas brasileiros dia 24 de novembro de 2016.

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